domingo, 11 de julho de 2010

A faca pregada no peito dói

Os sentimentos aflitivos são contrários ao Budismo
preguei o prego no peito e a burrice no cérebro
não consigo ler, nem sentir tédio
não sei se sei amar, ou me jogar de um prédio

Ridículo é o suícidio, ridículo é o meu sentimento
reduzido a um papel de computador
com vazios espaços de movimentos
onde não vejo/ sinto/ cheiro nada

Só a falta dos sentidos pra orientar
não vejo o que escrevo agora, por isso escrevo
não sinto as teclas do computador
não sinto o tempo passar

Pela minha cegueira e azar
não sei dizer em que ano estamos
sou cego, surdo, mudo, e manco
é difícil andar com taquicárdia

Sei que as teclas não são de papel
o açúcar não é feito do mel
e eu não estou no céu
não sou Manuel, afinal

Ele foi pro céu
eu estou no Inferno
buscando água pra suprir a sede
batendo a cara na parede procurando ela

Sem ninguém, procuro ela
com ninguém planejo minha queda
e sem precisar de nenhum auxílio
caio e falho ao mesmo tempo

Pois o meio termo é que agora experimento
trago em mim o dissabor de viver
e a dor de ter prazer
vivo catando nada e querendo tudo

Então o que tenho não é absurdo
cego, surdo e mudo, sem olfato ou tato
não acho solução, mas ato falho
ato faz o que tem de fazer e me traz a lição

Caio, bato a cara, na porta da prisão em que eu mesmo sou o carcereiro, odeio o mundo, odeio a minha caixa de papelão pra botar a cabeça( meu travesseiro), ao mesmo tempo em que sou o meu porteiro, estou ali com as chaves na mão, e estou aqui com o coração no piso. sem vida, morto, ali, solto... Quero abrir a porta e ao mesmo tempo não quero...
Em cima do muro caço um rato com minha língua...
Sem sofrimento que dure pouco a gente reconstrói a roda, e sente o que todos os poetas que um dia estavam na "moda" já sentiram, ou não... aprendo aqui uma lição, a lição da emoção,
que come meu orgão bombeador de sangue que uma faca num mangue qualquer pode fazer

A faca fode toda a minha carcaça
e abre meu peito e fode minhas costelas
destrói o meu cerébro e desossa minhas canelas
a faca me fez de pão com manteiga e mortadela
o sino das seis bate, um mendigo morre, um soldado corre{ Em algum lugar do Afeganistão] Uma moça sorry, um cão late, e uma população sofre, eu escrevo, o metal balança, o eclipse do sol ocorre, a faca é uma criança[{ Mi sueñ5o es mi pad7re;:;; cos/as q;/?ue es)(cr´´ibo, mi am=or po-+r el socoYrre////////////////

3 comentários:

flaviadoria disse...

Eu já faleiq ue eu adorei principalmente esses dois últimos parágrafos. Com direito a Cummings e tudo.

Juan Moravagine Carneiro disse...

Agradecido pela visita ao Rembrandt...

abraços meu caro!

A partir da próxima semana também estarei no :http://www.homenshediondos.blogspot.com/

abraços

Rafael Sperling disse...

É, porra, muito bom!! A última estrofe destroi tudo, PLAW.