quarta-feira, 30 de junho de 2010

Auto-ajuda progressista

Tudo evolui e chega a uma certa etapa. É a etapa de bater a cara, a etapa de esquecer os problemas e enfrentar a vida de frente, a etapa de derrubar a depressão e de deixar as dores nas costas.

É aquela fase em que você esquece sua vida pessoal e vê sua carreira profissional, você se transforma num Tigre que protege a matilha e os filhotes e ao mesmo tempo consegue cuidar dos problemas do escritório. É aquela fase que você diz que vai parar de fumar e para, você realmente para. A abstinência pega e você sente mais do que nunca aquele efizema pulmonar, mas você vai ao topo, e nunca desiste dos seus sonhos.

É aquela fase que tropeços, baques, e acidentes de carros não te abatem mais, a fase mais esperada da vida de um homem, é quando vemos quem é quem, que animal é que animal, você vê se é um lobinho faminto ou um leão devorador de antílopes. E nesse momento, nenhuma ferida, nenhuma dor do passado, nem perda de um membro fará você desistir.

É o momento carne por carne, osso por osso, gengiva por gengiva e dente por dente. É o momento em que não é uma bala de M16 no meio da sua costela que vai te parar num dia de trabalho. Aquele momento da sua vida que não é qualquer queda de pressão, ataque cardíaco, distúrbio neuronal, que vai te tirar do batente. Aquele momento da vida que não é qualquer hemorragiazinha interna que vai impedir você de fazer aquele jantar romântico com sua mulher.

É o momento em que não é só uma doença venereazinha que vai te deter de comer mais uma prostituta, não!! Você sobe a ladeira e deixa o sangue escorrer, mas vai batalhar pela carne das crianças. PORQUE NÃO É UMA aidsinha QUE VAI TE DERRUBAR, PORRA!!!

Aquele momento da vida que você morre pra morte e vive pra vida!!! O momento da destruição da não-vida não objetiva no sentido introspectivo do ser inserido enquanto ser sujeito a animação vital de células!!!

É a evolução!!

Porque não é uma hepatite C que te impede de trabalhar 17 horas por dia, caralho!!!! Não é uma gripezinha do frango... O que você é, um veado ou um ciclope neandertal do tempo das cavernas?!

Não é qualquer corpo de metal não identificado enfiado no seu pescoço que vai te impedir de se levantar do local do acidente, e fazer o que você tiver que fazer com o pescoço quebrado. Ou seja lá que tipo de deformação você esteja sofrendo!! Não é uma câncerzinho no saco, um tumorzinho no cérebro, um alzheimerzinho...

É como dizia nosso amigo frankestein:

"De parte em parte, eu perco as minhas partes."

É normal, quem nunca teve Lepra na vida?!

E hoje ele é o que?!

Um verdadeiro mito da história mundial!! Se é por causa de uma cabeça a menos que você não vai trabalhar, então tenha frankestein como exemplo!





continua...

sábado, 19 de junho de 2010

Pouco demais

Sinto uma falta
sinto falta da falta
sinto falta de tudo que me falta
sinto falta do frio na barriga de medo

Me sinto confiante demais
as vezes voando baixo demais
outras, apenas viajando
sinto falta da falta que você me faz

as vezes te caçando, outras te olhando
sinto falta de você demais
falta da falta que você me faz
sinto sua falta, mas mais
da falta que você me faz

sexta-feira, 4 de junho de 2010

O frio das paredes

Das paredes frias da minha casa
sinto a frieza das pessoas que passaram por aqui
sinto na vibração dos canos nas paredes
que nem sei como os sinto

O bater das janelas é como o bater de seus corações
vivos e taquicárdicos, fortes e arredios
mas frios
frios como a palavra câncer que sai da boca de um médico

Frieza, como num jogo de poker em que se ganha
somos nós em Buenos Aires
Frios um com o outro
eu numa janela e você em outra, do avião

Somos nada indo pra um lugar
um grande nada querendo achar um tudo em álguem
sendo que o tudo não existe
então terminamos sendo ninguém

Ventos frios do Chile batem nas montanhas da Argentina
e eu sem você, e com os outros
sem ninguém do lado do meu eu outro
meu outro sem você que não sou eu

Sinto frio
frio em relação as pessoas
que vem com seu casaco quente de vontade
perto da minha pele escassa de desejo
morta

Ferida por uma faca sem lâmina
enfiada a sangue frio

o sangue jorra quente do meu corpo frio
sinto o jorro trio sair do meu estômago
são três esguichadas frígidas
de frio

E ali de joelhos na morte
é que me torno quente, sadio
ali de joelhos no frio
sou viril e rígido

sou rio
que escorre sangue quente
no frio